Tudo é Passageiro, e nem por isso, insignificante

Costumava olhar, frequentemente, para o céu estrelado, à procura de uma estrela-cadente.
A primeira vez que vi uma estrela-cadente tinha apenas 8 anos de idade. Desejei uma casinha de barbie.
Fechei meus olhos, pensei na casinha, e quando abri, ela não estava lá. Talvez eu tivesse entendido errado,
ou a estrela já havia passado, ou, na pior das hipóteses, fosse tudo mentira.
Nunca contei à ninguém o meu pedido,isso daria azar...
Aos meus 13 anos vi novamente uma estrela-cadente, e com ela deixei meu pedido. Não muito segura e sem muita fé,
pedi que o menino que eu gostava pedisse para namorar comigo. Nada de diferente aconteceu.
Jurei que nunca mais pediria nada à uma estrela-cadente.
Quando completei 15 anos, vi, pela última vez, uma estrela-cadente. Era bonita,
e cruzou o céu feito fogo. De uma maneira incontrolável, meu pensamento me trouxe você.
Eu não pedi nada, mas não pude me enganar... Se eu desejasse algo, desejaria você.
Hoje, no entanto, não pediria uma casinha, nem o menino do qual eu gostava, muito menos você.
Os valores mudam. Coisas que nos faziam rir tornam-se tão insignificantes. Você muda,
seus sentimentos e seus valores. Mas se eu pudesse voltar ao passado pediria, exatamente,
as mesmas coisas, era o que eu, realmente, queria naquele momento.